Neste dia 15 de junho, como em todos os anos desde 2006, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, conforme declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
Infelizmente, desde o início da crise sanitária, o número de denúncias desses lamentáveis episódios vem crescendo. Em 2018 o serviço específico para denúncia de tais situações recebeu 37,4 mil denúncias. Em 2019 esse número aumentou 53% passando para 77,18 mil denúncias e, no primeiro semestre de 2021, já foram registrados mais de 33,6 mil casos. Só na Amazônia, por exemplo, entre janeiro e abril houve 2.929 casos de violência contra idosos.
Apesar dos longevos se manterem cada vez mais ativos, na vida social e no mercado de trabalho e, muitas vezes, se constituírem como sustento do rendimento familiar, ao invés de verem devidamente aproveitada sua experiência, sabedoria e capacidades, eles sofrem, muitas vezes marginalização, discriminação e agressão. Como várias instituições realçam, isso deve-se, em grande parte, ao fato de a sociedade e muitas a famílias promoverem, ainda, uma cultura onde a pessoa idosa é vista como sobrecarga e algo, socialmente, descartável. Isso favorece que surjam, no ambiente familiar ou social, diversos tipos de violência psíquicos e físicos que vão desde o abandono e negligência, uso abusivo ou injusto de poder e ou de palavras ou ações que machucam estas pessoas, até ações que provocam sofrimento, agressões físicas e até assassinato, passando por abuso sexual, financeiro, etc.
Os mais pobres e desfavorecidos são, como em tantos outros casos, os mais vulneráveis e, como tal, os que mais sofrem. Por vezes assistimos a práticas de negligência, desprezo, desrespeito ou violência em instituições públicas ou privadas especialmente criadas para o apoio aos mais idosos.
É imperioso combater este inaceitável tipo de violência que, de uma forma ou outra, se constitui como anti-humana, uma violação dos direitos humanos e, em muitos casos, uma atividade criminosa, combatendo qualquer ideia de aceitar, mesmo nas suas formas mais veladas, como normal. O Governo Federal através do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) possui diversos canais de denúncia de violência contra a pessoa idosa, pelo Disque 100, que é o canal principal de comunicação, além do whatsapp, pelo número (61) 99656-5008 e o aplicativo Direitos Humanos Brasil nas lojas de aplicativos para smartphones.
Amar e respeitar a pessoa idosa é tratar o próprio futuro com respeito. A Década das Nações Unidas para o Envelhecimento Saudável apela a todos para que façamos uma enorme mudança de mentalidade e cultura, através da valorização da longevidade e dos longevos e de seu importante papel em sociedades mais justas e sustentáveis.