Esse conceito vai muito além de uma vida com poucas doenças, sem muitos remédios no armário de casa e vivendo plenamente na companhia de netos e bisnetos.
A longevidade hoje é assunto de política pública no Brasil. Para que você entenda a relevância do tema, vou colocar em um contexto histórico pouco conhecido.
O aumento da expectativa de vida
Quantas pessoas que você conhece já ultrapassaram os 80 anos? Garanto que ultrapassa a contagem nos dedos. Mas, nem sempre foi assim!
Vamos voltar à Roma Antiga, no ano 2.400 a.C., para ver que a expectativa de vira era de 17 anos. Por um período muito longo, o ser humano viveu pouco.
O primeiro salto de longevidade ocorreu no século 19, com expectativa de vida alcançando os 30 anos. Quem nasceu na década de 1930 do século 20 já podia esperar viver até 55 anos. Desde então, a expectativa de vida aumenta de forma geométrica.
Atualmente, nos países desenvolvidos, essa expectativa é de 84 anos, e no Brasil entre 75 e 76 anos.
Embora seja uma conquista da medicina e da ciência em geral que estejamos ganhando anos de vida, esse assunto gera consequências que devem ser previstas e discutidas o quanto antes.
Mais qualidade de vida
Tais avanços científicos podem ter proporcionado ganho na quantidade de anos vividos, porém, não podemos apontar o mesmo sobre qualidade.
As doenças crônicas são muito comuns em pacientes da terceira idade, e até antes de atingir os 60 anos. No entanto, a expectativa é que usem medicamentos para controle por toda a vida.
Vemos pessoas adoecendo das mesmas doenças nas mesmas doenças. Somando a um contexto em que as famílias contam com cada vez menos filhos, vemos um fosso nos programas sociais de aposentadoria muito próximo.
Não existem precedentes para o contexto que estamos vivendo. Já existem estudos em países desenvolvidos que demonstram a necessidade do ser humano se manter produtivo por toda a vida caso essa expectativa continue crescendo, ou pelo menos se mantenha.
Para isso, a saúde é fundamental. Afinal, como alguém pode produzir aos 80 anos? Somente se mantiver o equilíbrio entre estudo, trabalho e lazer por toda a sua vida.
Em um modelo de medicalização constante, dificilmente conseguiremos conquistar o nível de saúde necessário para viver plenamente por muitos anos.